terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Anos 60: "Uma década à parte..."

A década de 60 representou, no início, a realização de projetos culturais e ideológicos alternativos lançados na década de 50. Os anos 50 foram marcados por uma crise no moralismo rígido da sociedade, expressão remanescente do Sonho Americano que não conseguia mais empolgar a juventude do planeta. A segunda metade dos anos 50 já prenunciava os anos 60: a literatura beat de Jack Kerouac, o rock de garagem à margem dos grandes astros do rock (e que resultaria na surf music) e os movimentos de cinema e de teatro de vanguarda, inclusive no Brasil.
Podemos dizer que a década de 60, seguramente, não foi uma, foram duas décadas. A primeira, de 1960 a 1965, marcada por um sabor de inocência e até de lirismo nas manifestações sócio-culturais, e no âmbito da política é evidente o idealismo e o entusiasmo no espírito de luta do povo. A segunda, de 1966 a 1968 (porque 1969 já apresenta o estado de espírito que definiria os anos 70), em um tom mais ácido, revela as experiências com drogas, a perda da inocência, a revolução sexual e os protestos juvenis contra a ameaça de endurecimento dos governos. É ilustrativo que os Beatles, banda que existiu durante toda a década de 60, tenha trocado as doces melodias de seus primeiros discos pela excentricidade psicodélica, incluindo orquestras, letras surreais e guitarras distorcidas. "I want to hold your hand" é o espírito da primeira metade dos anos 60. "A day in the life", o espírito da segunda metade.
Nesta época teve início uma grande revolução comportamental como o surgimento do feminismo e os movimentos civis em favor dos negros e homossexuais. O Papa João XXIII abre o Concílio Vaticano II e revoluciona a Igreja Católica. Surgem movimentos de comportamento como os hippies, com seus protestos contrários à Guerra Fria e à Guerra do Vietnã e o racionalismo. Esse movimento foi também a chamado de contracultura. Ocorre também a Revolução Cubana na América Latina, levando Fidel Castro ao poder. Tem início também a descolonização da África e do Caribe, com a gradual independência das antigas colônias

A Igreja Católicas na decada de 60

Durante a década de 60, a Igreja Católica, influenciada pela Teologia da Libertação, movimento formado por religiosos e leigos que interpreta o Evangelho sob o prisma das questões sociais, atua em setores populares, principalmente por meio das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). A instalação do regime militar de 64 inaugura a fase de conflitos entre Igreja e Estado. O auge da crise acontece em 1968, com a implantação do Ato Institucional n° 5 (AI-5), quando grande número de católicos se alia aos grupos oposicionistas, de esquerda, para lutar contra a repressão e os abusos que violam a ordem jurídica e os direitos humanos. A ação é intensa nos anos 70.

Foi nos Anos 60 que nasceu um novo modo de viver, sonhar e morrer, no qual o que importava era a revolução em beneficio do homem, em nome da liberdade. O novo homem devia estar de acordo com seus instintos. Buscava-se libertar o corpo e a alma de conceitos artificialmente instituidos pela industria cultural e pela comunicação de massa, e entrar em sintonia com seus desejos.
O mundo sob os olhos dos profetas e grandes místicos falaram muito sobre isso, mas parecia algo longínguo e até mesmo impossível. Um dia, em abril de 1961 o irreal se tornou real; um homem, sozinho dentro de uma nave espacial, viveu a incrivel experiencia de ver a Terra em todo o seu conjunto, redonda, inteira. "A Terra é azul". Este homem era Yuri Gagarin. Em 1969 o homem finalmente pisa na Lua, anunciando a chegada de um novo tempo. O mundo deixou de ser abstrato e passou, realmente, a existir.
Entre os slogans grafitados pelos muros de Paris, podia-se ler: "Quando penso em revolução quero fazer amor"; "É proibido proibir" (titulo de uma musica do tropicalista Caetano Veloso); "A felicidade é o poder estudantil".

Em 2011, vamos reviver esse momento tão importante na história mundial, a Paróquia de Palmácia, pretende resgatar essa auto-estima que à muito tempo foi esquecida.

Viva os anos 60.


Eduardo Marcelo
Conselheiro Paroquial
Coord. da PJ

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